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Não apelem ao ódio

As coisas que se lê por aí… Socorro!! Delírios embasados em utopias ultrapassadas, compartilhados por uma parcela de pessoas subjetivadas por fragmentos de pseudo-reflexões convincentes pelo alto emprego de sofismas!! Estou com pena e medo do que vejo. Uma sociedade degradada e perdida, muito perdida… Tudo estrategicamente planejado há anos… Não, senhores “jornalistas”, não incentivemos uma luta de classes que não existe… tem gente equivocada dos dois lados, não, de todos os lados, pois dois lados já é um equívoco, de uma análise superficial e panfletária.

Dito isso, vamos por partes.

Crédito da imagem: http://sxc.hu
Crédito da imagem: http://sxc.hu

O país está em frangalhos. Desde a época que culminou na implantação do Plano Real não vemos tantas greves, tantas manifestações, tanta gente (ao menos 50% da população) insatisfeita. É a pus de uma ferida que infeccionou após tantos anos de descuido, sem tratamento, que agora jorra. Infelizmente temos bactérias que se beneficiam da infecção e, por isso, não querem tratá-la. Mas isso… não é o pior.

As divisões que isso tem gerado é que é um caminho perigoso. Sou fã das entrelinhas, das sutilezas, de investigação minuciosa (era devoradora de Sherlock Holmes e Agatha Christie quando menina – entre os 12 e 14 anos, mais ou menos, li quase toda a coleção dos dois autores aí) e, talvez por isso, guardo pequenas peças do que leio em notícias, redes sociais e do que vejo nas ruas e vou montando meu quadro de quebra-cabeças. A imagem que está se formando não é bonita e senti necessidade de escrever sobre isso. Se conseguir fazer com que uma pessoa pense seriamente sobre isso, já será uma sementinha plantada.

Sou da turma dos insatisfeitos, não nego, mas não estou aqui para levantar bandeiras contra o que, sim, considero uma quadrilha, uma máfia altamente articulada. Quero falar de outro aspecto da questão: o ódio cego.

Em menos de uma semana li dois textos, que incentivam a divisão da população, que pregam intolerância e medo, ódio e discriminação. Um que apoia o governo, outro não, ao menos declaradamente.

Sobre um desses textos eu escrevi aqui o Ordem, Fascismo e Rituais, em que tento apresentar já a política do medo que está sendo incutida. Não se engane, o medo leva ao ódio. Hoje leio outro, que tem a coragem de ser transparente na sua intenção, criando até uma nova “categoria” : a da “elite branca”. Céus! A que ponto chegam alguns para defender um ponto de vista!!!

Sou da turma dos insatisfeitos, mas não me dispus a esse manifesto (desculpem o termo) ridículo. O “panelaço” (putz! Detesto essa onda de “aços”) fez sentido em outra época, quando a comida estava escassa nas prateleiras do mercado, hoje não chega a ser manifestação, é tão triste quanto as frases vazias compartilhadas em 140 caracteres. Nem faz barulho. Mas daí a categorizar quem o fez de “elite branca”, pregar um ódio entre mais e menos favorecidos… é hediondo, é não ter noção nenhuma de humanidade. Sim! Isso estimula uma divisão entre classes, incentiva que uma parte tenha raiva da outra. Que empregados trabalhem insatisfeitos e patrões olhem desconfiados para os empregados. É incentivar uma guerra civil já eminente. Pense!! Não escreva uma bobagem dessa sobre a assinatura de jornalista. Conheço “pobres” que não apoiam e “ricos” que apoiam esse governo aí. Então, essa divisão é falsa!! É superficial e panfletária, como tudo que esse governo prega, e como já disse lá no início.

Parem, por favor!! Nenhum partido vale ser defendido às custas da paz.

Tenho dito. Até!